MODOS DE VERIDICÇÃO DO MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO: descredibilização de sujeitos, deslegitimação de instituições e a negativação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4099v12n29.2022.27

Palavras-chave:

Educação, Filosofia da Educação, Escola sem Partido, Pensamento Contemporâneo, Modos de Veridicção

Resumo

Toma-se por objetivo apresentar reflexões acerca de como o Escola sem Partido ancora seu modo de compor suas redes de verdade, ou seja, como constrói uma discursividade sobre os modos de veridicação possíveis. Para tal, volto o olhar ao sítio eletrônico do movimento Escola sem Partido. A analítica é traçada a partir do Diagnóstico do Presente sob ressonâncias Foucautianas, a partir dos eixos operatórios do saber-poder-verdade. De tal analítica, ressoam duas linhas constitutivas: (i) descredenciamento de pensadores legitimados, e (ii) deslegitimação de saberes instituídos pelas ciências – de modo que sua percepção de conhecimento se dá por uma definição reativa-negativa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Luiz Polizel, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espirito Santo

Professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espirito Santo, campus São Mateus. Doutorando e Mestre em Ensino de Ciências  e Educação Matemática pela Universidade Estadual de Londrina. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofias, Educações, Ciências, Culturas e Sexualidades (Kultur). Coordenador do Nucleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidades (Nepgens).

Moises Alves de Oliveira, Universidade Estadual de Londrina

Professor do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina. Professor no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Educação Matemática da Universidade Estadual de Londrina. Coordenador do Grupo de Estudos Culturais das Ciências e das Educações.

Referências

ADORNO, T.W. Ensaios sobre psicologia social e psicanálise. São Paulo: Unesp, 2015.

ADORNO, T. A teoria freudiana e o padrão de propaganda fascista. Margem esquerda: Ensaios marxistas, 2006. v.7, p. 164-189

ADORNO, T.; FRENKEL-BRUNSWIK, E.; LEVINSON, D.; STANFORD, N. La Personalidade Autoritária (Prefacio, Introduccion y Conclusiones). EMPIRIA – Revista de Metodologia de Ciências Sociales,2016. n.2, p. 155-200

ADORNO, T; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.

AGAMBEN, G. Estado de Exceção. São Paulo: Biotempo, 2004.

ARTIÈRES, P. Dizer a atualidade: o trabalho de diagnóstico em Michel Foucault. In: GRÓS, F. Foucault: a coragem da verdade. São Paulo: Parábola Editorial, 2004, p. 15-38.

BIRMAN, J.Cartografias do avesso: escrita, ficção e estéticas de subjetivação. São Paulo: Civilização Brasileira, 2019.

BOURDIEU, P. Usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora Unesp, 2004.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. A reprodução. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

BUTLER, J. A vida psíquica do poder: teorias da sujeição. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

CARVALHO, F.A.; POLIZEL, A.L.; MAIO, E.R. Uma escola sem partido: discursividade, currículo e movimentos sociais. Revista Semina – Ciências Humanas e sociais, v. 37, n.2, p. 193-210, 2016.

CHAUÍ, M. O que é ideologia? São Paulo: Brasiliense, 1980.

CHAUÍ, M. Repressão sexual: essa nossa (des)conhecida. São Paulo: Brasiliense, 1984.

DELEUZE, G. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 1988.

DUNKER, C. Mal-estar, sofrimento e sintoma. São Paulo: Boitempo, 2015.

FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2016.

FOUCAULT, M. História da sexualidade I: A vontade de saber. São Paulo: Paz e Terra, 2015.

FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito: curso dado em Collège de France (1981-1982). São Paulo: Editora WMF Martins Fonte, 2010.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FOUCAULT, M. Ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

FOUCAULT, M. Sobre a genealogia da ética: uma revisão do trabalho. In: RABINOW, P.; DREYFUS, H. Michel Foucault – uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995, p.253-278.

FOUCAULT, M. Qu'est-ce que la critique? Critique et Aufklärung. Bulletin de la Société française de philosophie, Vol. 82, nº 2, 1990, pp. 35 - 63, (Conferência proferida em 27 de maio de 1978). Tradução de Gabriela Lafetá Borges e revisão de wanderson flor do nascimento. Disponível em <http://michel-foucault.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/critica.pdf>. Acesso em 30 de março de 2022

FREITAS, L.C. A reforma empresarial da educação: nova direita, velhas ideias. São Paulo: Expressão Popular, 2018.

FREUD, S. Inibição, sintoma e angústia, O futuro de uma ilusão e outros textos (19261929). São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

FREUD, S. O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (1930-1936). São Paulo: Companhia das Letras, 2010a.

FREUD, S. Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos (1914-1916). São Paulo: Companhia das Letras, 2010b.

FREUD, S. Totem y tabu. In: FREUD, S. Obras completas de Sigmund Freud – Tomo II. Biblioteca Nueva: Barcelona, 1981a, p. 1745-1850.

FREUD, S. Tres ensayos para una teoría sexual. In: FREUD, S. Obras completas de Sigmund Freud – Tomo II. Biblioteca Nueva: Barcelona, 1981b, p. 1169-1237.

FROMM, E. Psicanálise da sociedade contemporânea. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 1983.

FROMM, E. Análise do homem. Rio de janeiro: Zahar editores, 1964.

GUATTARI, F. As três ecologias. Campinas: Papirus, 2009.

HAN, B. La expulsion de lo distinto: percepcion y comunicacion en la sociedad actual. Barcelona: Herder, 2017.

KANT, I. Crítica da razão prática. São Paulo: Lafonte, 2018.

KANT, I. Crítica da razão pura. São Paulo: Edições e Publicações Basil Editora S.A., 1958.

LATOUR, B. Diante de Gaia: oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. Rio de Janeiro: Editora UBU, 2020.

LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Unesp, 2011.

LATOUR, B.; WOOLGAR, S. A vida de laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

MACHADO, R. Ciência e saber: a trajetória da arqueologia de Michel Foucault. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1981.

MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital [1867] São Paulo: Boitempo, 2013.

MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola - uma questão pública. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

MISKOLCI, R. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.

NIETZSCHE, F. Genealogia da Moral: uma polêmica. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

NIETZSCHE, F. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

NIETZSCHE, F. Obras incompletas. 1. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

OLIVEIRA, R. D.V.L.; FARY, B.A.; POLIZEL, A.L. Humanizar a educação em química? Significados e espaços formativos. Debates em educação, v.13, n.2, 2021, p.150-170

POLIZEL, A.L Percepções do movimento escola sem partido: currículos pastorais e o professor enquanto catequista. Revista Amazônida, v.4, n.1, 2019a, p. 01-16

POLIZEL, A.L. É possível uma educação para as sexualidades em meio ao desejo ‘cidadãos de bem’?. In: MAIO, Eliane; OLIVEIRA, Marcio de. (Orgs). Gênero, sexualidades e diferenças: categoria de análise, (des)territórios de disputa. Maringá: Eduem, 2019b, p 43-60

POLIZEL, A.L O culto aos currículos: movimentos sociais, fetichização e a produção do outro a ser combatido. In: Anais do 5º Simpósio Internacional de Educação Sexual, Universidade Estadual de Maringá, 2017, p. 1-13.

REICH, W. A psicologia de massas do fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

SANTOMÉ, J. T. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, T.T. Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2013, p. 159-177.

SCHWARCZ, L.M. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SILVA, J.G.; SILVA, G.M. Escola sem Partido ou partido do mercado? In: Anais do 14º Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia, Universidade Estadual de Campinas, 2019, p. 4092-4105

SILVA, T.T Currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

SILVA, T.T. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

SOUZA, I.P.D. “Escola sem Partido”: ciência e docência entre o banco dos réus e a fogueira inquisitorial. Pesquisa e Debate em Educação, v.11, n.2, 2021, p.1-15

TIBURI, M. Como conversar com um fascista. Rio de Janeiro: Record 2016.

TSING, A.L. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.

Downloads

Publicado

2022-08-16

Como Citar

Polizel, A. L., & Oliveira, M. A. de. (2022). MODOS DE VERIDICÇÃO DO MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO: descredibilização de sujeitos, deslegitimação de instituições e a negativação. Cadernos Zygmunt Bauman, 12(29). https://doi.org/10.18764/2236-4099v12n29.2022.27

Edição

Seção

A pós-modernidade e as incertezas educacionais