Leis nº 10.639/2003 e nº 11.645/2008 e educação antirracista: ideias de um grupo de docentes de química
DOI :
https://doi.org/10.18764/2447-5777v8n2.2022.13Mots-clés :
Educação Antirracista, Ensino de Química, Formação de ProfessoresRésumé
O presente estudo teve como objetivo analisar as ideias de docentes de química acerca das possibilidades e limitações em adotar uma perspectiva antirracista no ensino de química. Na discussão teórica do trabalho, partimos, principalmente, do referencial de Silvio Almeida e de Neusa Santos Souza nas discussões sobre o racismo, e do referencial de Eliane Cavalleiro sobre educação antirracista. Os/as participantes foram 19 mestrandos/as do Programa de Mestrado Profissional em Química em Rede Nacional da Universidade Federal Rural de Pernambuco, disciplina de Seminários Web 2, ministrada de modo remoto. Como instrumento de pesquisa, utilizamos o Google Forms contendo 15 perguntas divididas em sete questões relacionadas à caracterização dos/as participantes, sete perguntas concernentes ao objeto de pesquisa e a autorização dos/das participantes para utilização dos dados da pesquisa. Embora as discussões sobre a temática tenham sido destacadas como importantes nas respostas, observamos a pouca aproximação com as questões relacionadas às Leis nº 0.639/2003 e nº 11.645/200 e à educação antirracista. As temáticas citadas pelo grupo para subsidiar uma abordagem antirracista no ensino de química foram cor da pele e estruturas químicas, cientistas negros e negras na história da química, tintas naturais utilizadas no continente africano e ervas medicinais e culinária indígena.
Laws nº 10.639/2003 and nº 11.645/2008 and anti-racist education: ideas of a group of chemistry teachers
Abstract
This study aimed to analyze the ideas of chemistry teachers about the possibilities and limitations of adopting an anti-racist perspective in the teaching of chemistry. In the theoretical discussion of the study, we adopted, mainly, the references of Silvio Almeida and Neusa Santos Souza in discussions about racism and the reference of Eliane Cavalleiro on anti-racist education. The participants were 19 master students from Programa de Mestrado Profissional em Química em Rede Nacional da Universidade Federal Rural de Pernambuco during the course Seminários Web 2, taught remotely. As a research instrument, we used Google Forms containing 15 questions divided into seven questions related to the characterization of the participants, seven questions concerning the research object, and the authorization of the participants for the use of the research data. Although the discussions on the theme were highlighted as important in the answers, we observed little approximation to the issues related to Laws 10.639/2003 and 11.645/200 and anti-racist education. The themes mentioned by the group to support an anti-racist approach in the teaching of chemistry were skin color and chemical structures, black scientists in the history of chemistry, natural dyes used on the African continent, and medicinal herbs and indigenous cuisine.
Téléchargements
Metrics
Références
ALMEIDA, S. L. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen Livros, 2019.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2016.
BOTELHO, D. M. Religiões afro-indígenas e o contexto das exceções de direito. In: CÁSSIO, F. Educação contra a bárbarie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar. São Paulo: Boitempo, 2019.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 13 set. 2023.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Brasília, 1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716.htm. Acesso em: 13 set. 2023.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm. Acesso em: 15 maio 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução Nº 1, de 17 de junho de 2004. Conselho Nacional de Educação, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf. Acesso em: 15 maio 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 15 maio 2018.
CAVALLEIRO, E. Educação anti-racista: compromisso indispensável para um mundo melhor. In: Racismo e antiracismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
GOMES, N. L. Educação cidadã. Etnia e raça: o trato pedagógico da diversidade. In: CAVALLEIRO, E. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.
GRECA, I. M. Discutindo aspectos metodológicos da pesquisa em ensino de ciências: algumas questões para refletir. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Belo Horizonte, v.2, n. 1, p. 73-82, 2002.
LIMA, A. A. Diálogos entre o Ensino de Química e a Jurema Sagrada: possibilidades para a abordagem da história e cultura afro-indígena no ensino médio. In: CONGRESSO DE PESQUISADORES/AS NEGROS/AS DO NORDESTE, II. 2019, João Pessoa. Anais... João Pessoa, 2019.
MOREIRA, P. F. S. D. et al. A bioquímica do Candomblé–Possibilidades Didáticas de Aplicação da Lei Federal 10.639/03. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 33, n. 2, p. 85-92, 2011.
OLIVEIRA, M. M. Como fazer: projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. Recife: Edições Bagaço, 2003.
OLIVEIRA, R. D. V. L.; QUEIROZ, G. R. P. C. Conteúdos Cordiais: Química Humanizada para uma Escola sem Mordaça. São Paulo: Física, 2017.
PEREIRA, J. C. R. Análise de dados qualitativos: estratégias metodológicas para as ciências da saúde, humanas e sociais. São Paulo: EDUSP, 2001.
PINHEIRO, B. C. S. @Descolonizando_saberes: mulheres negras na ciência. São Paulo Editora Livraria da Física, 2020.
PINHEIRO, B. C. S. História preta das coisas: 50 invenções científico-tecnológicas de pessoas negras. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2021.
ROSSATO, C.; GESSER, V. A experiência da branquitude diante dos conflitos raciais: estudos de realidades brasileiras e estadunidenses. In: CAVALLEIRO, E. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.
SILVA, E. M. S.; FRANCISCO JÚNIOR, W. E. Arte na Educação para as Relações Étnico-raciais: Um Diálogo com o Ensino de Química. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 40, n. 2, p. 79-88, 2018. https://doi.org/10.21577/0104-8899.20160108
SOUZA, N. S. Tornar-se Negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio Janeiro: Zahar, 2021.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Ensino & Multidisciplinaridade 2023
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação final do manuscrito.