Nacionalismo e revolução no terceiro mundo:as propostas anticoloniais de Guerreiro Ramos e Frantz Fanon
DOI:
https://doi.org/10.18764/2675-8369v2n2.2024.5Palabras clave:
Pensamento latino-americano, Pensamento africano, Teoria anticolonial, Terceiro Mundo, ViolênciaResumen
Esta pesquisa analisa as propostas de superação do colonialismo elaboradas pelo sociólogo e político brasileiro Alberto Guerreiro Ramos e pelo psiquiatra e filósofo martinicano-argelino Frantz Omar Fanon. Para isso, minhas fontes principais foram as produções teóricas desses autores na década de 1950 e início dos anos 1960. Através do método contextualista e da abordagem comparativa, investiguei como os autores conceberam a situação colonial de países do Terceiro Mundo, em especial do Brasil e da Argélia, na segunda metade do século XX. Comparando os dois intelectuais e militantes negros, pode se notar que existem semelhanças em suas teorias, mas também diferenças fundamentais, principalmente em suas trajetórias pessoais e posicionamentos políticos. Enquanto Guerreiro Ramos apostou em um programa estatal de desenvolvimento socioeconômico de viés popular, Frantz Fanon se dedicou a doutrinas revolucionárias que pregavam a contraviolência da luta armada e auto-organização como meios de transformação social.
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