Entre precariedades educacionais e reinvenções docentes: a pandemia (ex)pôs a cara lavada da educação pública

Résumé

Este artigo analisa o ofício da docência, tomando como locus uma Escola da Educação Básica Pública, durante o período de Pandemia da Covid-19, desde um corpus empírico constituído por um conjunto de narrativas de experiências de oito professoras de anos iniciais do Ensino Fundamental. Uma intercessão exploratória pela multiplicidade do ensino no modo presencial, no chão de escola, ora de sua imaterialidade, no modo remoto. O objetivo desta análise é compreender em que medida essa alteração da cotidianidade afetou a singularidade docente, com vistas a permitir a ampliação de um exercício de compreensão acerca da docência, inspirado em um pensamento cartográfico, que acompanha o percurso desta escrita e se movimenta tal uma dança com passos de Tango. A problematização foi elaborada a partir de uma conversa sobre experiência, professoras, defesa irrestrita da escola e do amor ao mundo que isso tudo encerra. Traz escritos de procedimentos para pensar e ressignificar o território do campo educacional. Resta possível afirmar que a docência
em questão, nesse recorte de tempo e espaço, se faz resistente e demonstra capacidade de dar dinâmica e valorização ao seu ofício, seja sob qual for a situação técnica ou estrutural a que seja submetida. Enunciamos a importância da existência de uma rede de cooperação que oportunize condições de possibilidade para a coformação permanente aos docentes.