CAMINHOS METODOLÓGICOS EM UMA DISSERTAÇÃO SOBRE PROFESSORAS PRETAS
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v6n14.2023.15Palavras-chave:
professoras negras, metodologia, epistemologia, pesquisaResumo
Mergulhar na realidade do mundo das professoras negras foi um dos mais potentes desafios encontrados ao longo deste percurso de pesquisa. Através deste estudo, desenvolvido na linha de pesquisa identidades, culturas e diferenças do Programa de Pós-Graduação em Educação, PPGEdu, das professoras negras e suas vivências através delas próprias, dentro de uma visão do pensamento feminista negro na educação, foi possível pensar uma investigação com o método da história oral como base em uma pretensa metodologia de descolonização epistêmica. Utilizando-se epistemologias de autores e autoras com escritas densas sobre as questões afro-diaspóricas, afro-feministas e afro-brasileiras. Uma epistemologia com princípios referentes à: experiência vivida como critério de significação; o uso do diálogo para avaliar o conhecimento; ética do cuidado nas emoções; ética da responsabilidade pessoal; e as mulheres negras como agentes do conhecimento. Ao investigar com esse olhar, não foi uma mulher guerreira, mas cinco que inspiraram discutir modos de fazer pesquisa sobre ela e com elas. Dessa forma, aqui trazem-se notas de uma dissertação de mestrado, com recorte na construção metodológica para transgredir, ao menos um pouco, o sistema pouco flexível da academia. Reitera-se que é uma proposta construída sob aprendizados e saberes, desse modo, como homenagem em cada seção, utiliza-se uma frase dita pelas co-autoras professoras negras que contribuíram nesse processo.
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