Jornadas de 2013 e a questão racial no Brasil: trajetórias e experiências de jovens ativistas e militantes negras e negros
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v7n17.2024.10Palavras-chave:
Jornadas de 2013, movimento negro, pautas raciais, trajetórias políticasResumo
O artigo tem como tema as experiências de jovens militantes negras e negros nas Jornadas de 2013 no Brasil, com o objetivo de analisar como essas experiências influenciaram nas trajetórias de tais militantes. Ele apresenta resultados da pesquisa “Dimensões educacionais das Jornadas de 2013 no Brasil”, com base em pesquisa bibliográfica e entrevistas semi-estruturadas de dois tipos: com pesquisadoras que abordaram as Jornadas em suas investigações; e, mais importante, com 10 pessoas que eram, em 2013, militantes negras e negros atuantes nas Jornadas. A partir de indícios encontrados na fase inicial da pesquisa a respeito da importância da temática racial e do movimento negro nas Jornadas, foi proposto este artigo com base nos resultados das entrevistas com ativistas e militantes feitas pela pesquisa supracitada. Destacam-se, entre os resultados: o fortalecimento do movimento negro no Brasil como um dos frutos das Jornadas de 2013, inclusive em decorrência das experiências de participação de jovens negras e negros neste ciclo de ações coletivas; ao mesmo tempo, as Jornadas, como um momento de subjetivação política, foram fundamentais nas trajetórias políticas de tais jovens negras e negros, que fortaleceram seus vínculos com as pautas raciais e, em número relevante, nos anos seguintes ingressaram ou aprofundaram seu envolvimento com partidos do campo progressista, inclusive vindo a ocupar cargos eletivos – em relativa contradição com o clima de forte crítica aos partidos e ao regime político representativo vivido durante as Jornadas.
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