Educação antirracista e sua (in)aplicabilidade
um estudo de caso das práticas de gestores e professores em uma instituição de educação infantil do município de Messias/AL
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.53Palavras-chave:
Educação Infantil, currículo, relações étnico-raciaisResumo
O presente trabalho é fruto de pesquisa desenvolvida em nível de mestrado, em que se objetivou analisar se os postulados de uma educação antirracista estavam de fato incorporados às práticas de uma instituição de educação infantil, do município de Messias-Alagoas, ou se o que se encontrava ali reproduzido são práticas pouco inovadoras, com a manutenção de paradigmas ainda não alinhados ao fomento do respeito à diversidade, mais especificamente às relações étnico-raciais. Como metodologia, adotou-se a abordagem de natureza qualitativa (GODOY, 1995), mais especificamente configurada em um estudo de caso, já que, por meio da pesquisa de campo, pode-se coletar os dados e analisá-los com maior densidade. Para a análise dos dados encontrados, lançou-se mão da Análise de Conteúdo de Bardin (2016). Os aportes teóricos centrais deste trabalho foram: Canavieira e Palmen (2015), Trinidad (2012), Cavalleiro (2003), entre outros. Como principais resultados, pode-se inferir que as práticas antirracistas ainda não são uma realidade concreta, existindo um abismo inegável entre o que se encontra preconizado em lei e o chão da sala de aula.
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