Interseccionalidade e imagens de controle

os conceitos de raça, gênero e infância e a constituição da autoidentificação de meninas negras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.44

Palavras-chave:

educação antirracista, interseccionalidade, menina negra

Resumo

A interseccionalidade, conceito elaborado originariamente por mulheres negras, evidencia desigualdades e opressões dentro da estrutura social. Pensar de modo interseccional alude à revelação das múltiplas exclusões. Trata-se de como a identidade de um grupo social é perpassado não só pelo racismo como por outras estruturas e opressões ao considerar conjuntamente dados relacionados à etnia, gênero e contexto socioeconômico.  Este artigo visa a relacionar conceitos fundamentais como: identidade, raça, etnia e infância a fim de alimentar o debate sobre o espaço social das meninas negras no Brasil. Para atingir este objetivo, adotou-se uma abordagem qualitativa, desenvolvida por meio de pesquisa bibliográfica priorizando a produção de pesquisadores negros e negras com o intuito de contribuir para a reflexão sobre ambientes e relações favoráveis à edificação de uma identidade negra positiva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Maria Klein, Universidade Estadual Paulista

Doutora e Mestra em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual Paulista (UNESP ) e do Programa de Pós- Graduação em Ensino e Processos Formativos. Vice- coordenadora da Coordenadoria de ações afirmativas diversidade e equidade na UNESP. Líder do Grupo de  Pesquisa  CNPq  em  Direitos  Humanos,  Educação  e  Diversidades  (DiHEDi).

Juliana dos Santos Costa, Universidade Estadual Paulista

Mestra em Ensino e Processos Formativos pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) de São José do Rio Preto. Doutoranda em Educação pela UNESP de Presidente Prudente. Pesquisadora do  Grupo  de  Pesquisa  CNPq  em  Direitos  Humanos,  Educação  e  Diversidades  (DiHEDi)  e consultora  de  diversidade, equidade e inclusão.

Referências

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

AMARAL, Arleandra Cristina Talin do. A infância pequena e a construção da identidade étnico-racial na educação infantil.

REUNIÃO NACIONAL DA ANPED, 37ª, Florianópolis, 4 a 8 de outubro de 2015. In: Anais.... Florianópolis, 2015.

ANDRADE, Inaldete Pinheiro de. Construindo a autoestima da criança negra. In: MUNANGA, Kabengele. (org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, 2005. p. 117-123.

ARIÈS, Philippe. A história social da família e da criança. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.

ASSIS, Dayane Nayara Conceição de. Corpos negros e representação social no Brasil: uma discussão de gênero e raça. Revista da ABPN, [s.l.], v. 9, n. 21, p. 123-134, fev. 2017.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente, Câmera dos Deputados, Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. DOU de 16/07/1990 – ECA. Brasília, DF.

BUENO, Winnie. Imagens de Controle: um conceito do pensamento de Patricia Hill Collins. Porto Alegre, RS: Zouk, 2020.

CARNEIRO, Sueli. Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro de Edições, 2011.

CASTELLS, Manuel. A construção da identidade. In: CASTELLS, Manuel. (org.). O poder da identidade. Trad. de Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 22-28.

CAVALLEIRO, Eliane. Do Silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. 6. ed. 4. reimpr. São Paulo: Contexto, 2018.

CAVALLEIRO, Eliane. Racismo e antirracismo na educação. São Paulo: Selo Negro, 2001.

COLLINS, Patricia Hill. Black Feminist Thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. Nova Iorque: Routledge, 2000.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: conhecimento, consciência e a política do empoderamento. Trad. de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019.

COSTA, Sérgio. A construção sociológica da raça no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, p. 35-61, 2002.

CRENSHAW, Kimberle. "Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics," University of Chicago Legal Forum: Vol. 1989: Iss. 1, Article 8.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 10, n. 1, p. 171-188, jan. 2002.

DAMASCO, Mariana Santos; MAIO, Marcos Chor; MONTEIRO, Simone. Feminismo negro: raça, identidade e saúde reprodutiva no Brasil (1975-1993). Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 133-151, jan/abr 2012.

EPSTEIN, Rebecca; BLAKE, Jamilia J.; GONZÁLEZ,Thalia. Girlhood Interrupted: The Erasure of Black Girls’ Childhood. Washigton, EUA, 2017.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro Educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.

GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores/as: um olhar sobre o corpo negro e o cabelo crespo. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 29, n. 1, p. 167-182, June 2003.

GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil: uma breve discussão. 2017. Geledes.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tadeu Tomaz da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. (org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 6a. 2020. p. 103-130.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil. Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica, n. 41, 2019.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (org.). Atlas da Violência (2017). Rio de Janeiro, IPEA, 2017.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (org.). Atlas da Violência (2019). Rio de Janeiro, IPEA, 2019.

IPEA. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. (org.). Atlas da Violência (2020). Rio de Janeiro, IPEA, 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: Episódios de racismo cotidiano. Trad. de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MARTINS, Roseli Figueiredo. A identidade de meninas negras: o mundo do faz de contas. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2006.

MIRANDA, Amanaiara Conceição de Santana. Relações de Gênero e étnico-raciais: uma perspectiva interseccional na educação infantil. Revista da ABPN, [s.l.], v. 12, n. 33, p. 241-256, jun./ago. 2020.

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira. [s.l]: [s.n.], 2004.

MUNANGA, Kabengele (org.). Superando o racismo na escola. Brasília: Ministério da Educação, 2005.

MUNANGA, Kabengele. Negritude e Identidade Negra ou afrodescendente: um racismo ao avesso?. Revista da ABPN, [s.l.], v. 4, n. 8, p. 6-14, 2012.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil. Identidade nacional versus identidade negra. 5 ed. rev. ampl. 1 reimpr. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. 4. ed. 2 reimp. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.

ONU. Organização das Nações Unidas. Mulheres e Meninas Afrodescentes. Conquistas e Desafios de Direitos Humanos. 2018.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.

REZZUTI, Paulo. Mulheres do Brasil: a história não contada. Rio de Janeiro: Leya, 2018.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. São Paulo: Sueli Carneiro, 2019a.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. São Paulo: Sueli Carneiro, 2019b.

SANTOS, B. S. (org). Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortez, 2004.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, Tatiana Dias. População Negra, Educação e Mudança Institucional. Revista da ABPN, [s.l.], v. 11, ed. esp., p. 163-175, abr. 2019.

SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção Social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tadeu Tomaz da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença - A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 6a. 2020. p. 73-102

SILVA, Tadeu Tomaz da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença - A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 6a. 2020.

SILVÉRIO, Valter Roberto. Raça e racismo na virada do milênio: os novos contornos da racialização. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. V. 4. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

SOUZA, Geraldyne Mendonça de. A Intelectualidade Negra Feminina por uma educação antirracista. ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA, XI, Belém, 2018. In: Anais.... Belém: UFPA, 2018.

TOZONI-REIS, Marilia Freitas de Campos. A pesquisa e a produção de conhecimentos. In: PINHO, S. Z. (org.). Cadernos de Formação: Formação de Professores. Educação, Cultura e Desenvolvimento. V. 3. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 111-148.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tadeu Tomaz da; HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença - A perspectiva dos Estudos Culturais. 15. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 6a. 2020. p.7-72

Downloads

Publicado

2023-11-20

Como Citar

KLEIN, Ana Maria; COSTA, Juliana dos Santos.
Interseccionalidade e imagens de controle: os conceitos de raça, gênero e infância e a constituição da autoidentificação de meninas negras
. Revista Educação e Emancipação, v. 16, n. 3, p. 174–202, 20 Nov 2023 Disponível em: http://cajapio.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/21551. Acesso em: 14 nov 2024.