Feminismo negro: tensionando interseccionalidades no currículo escolar
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v17n2.2024.26Palavras-chave:
feminismo negro, currículo, interseccionalidadeResumo
Este artigo visa apresentar uma discussão sobre como a construção do sujeito universal, via Memória Hegemônica, silenciou, marginalizou e ocultou os modos de ser, de pensar e de produzir conhecimento da exterioridade colonial no currículo escolar. Por tal, a discussão curricular, aqui realizada, está firmada num campo epistemológico de diálogo com as diferenças (Raciais e de Gênero), contribuindo para a constituição de fissuras na Memória Hegemônica, ainda presente nos currículos. Para tanto, seguimos pelo caminho da revisão bibliográfica, vinculado a pesquisa qualitativa. Filiamo-nos ao Feminismo Negro e aos Estudos Pós-Coloniais, uma vez que estas abordagens nos ajudam a compreender as implicações da racionalidade eurocêntrica em relação à construção sócio-histórica da raça, do racismo, do sexismo e do conhecimento científico moderno e seus efeitos sobre o currículo, sobretudo no que se refere à Memória e ao Corpo Feminino Negro. Tais estudos nos permitem estabelecer conexões interseccionais de maneira mais consistente, visto que emergem das Memórias Vividas da própria exterioridade colonial que permanece tensionando e fraturando as metanarrativas epistêmicas da memória curricular única ao mesmo tempo que se direcionam para a re-construção de currículos contra-hegemônicos e de Práticas Docentes Antirracistas, firmadas em uma educação emancipadora.
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