Vivências no cotidiano do brincar: as marcas do racismo estrutural na ecologia da educação infantil
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v17n1.2024.4Palavras-chave:
racismo estrutural, ecologia de desenvolvimento, brincar na educação infantilResumo
O presente artigo é um recorte da dissertação de mestrado e objetivou identificar como as crianças da educação infantil, manifesta e ou percebem padrões de beleza. E teve como problema desencadeador: como as crianças da educação infantil percebem as relações de racismo e discriminação racial que vivenciam? Apoiada nas concepções do Modelo Bioecológico de Desenvolvimento Humano de Urie Bronfenbrenner (1917-2005), cotejado à discussão acerca do racismo estrutural (Ameida, 2020), a pesquisa foi realizada em uma escola municipal do norte paranaense, na cidade de Londrina. Participaram da pesquisa 14 crianças com idades entre 4 e 5 anos, dentre elas 10 negras, 3 brancas e 1 asiática. A abordagem apresentada é qualitativa de natureza exploratória descritiva. Como procedimento, empregou-se a observação de situações de brincadeiras cotidianas na sala de aula. Os dados revelaram que as crianças já incorporaram um padrão de beleza eurocêntrico que nega a beleza negra e desqualifica os traços étnicos, legitimando a aceitação apenas do branco como belo e refutando a identidade preta. Os dados levaram a refletir como as crianças negras estão experienciando as vivências escolares sobre a não aceitação, a invisibilidade e a rejeição do corpo preto como formas de violência que podem prejudicar a construção da identidade das crianças pretas.
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