No movimento também tem educação
perspectivas emancipatórias da luta antirracista
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.52Palavras-chave:
movimento negro, educação, UNEGRO/Caxias-MAResumo
Nos últimos três anos toda a humanidade vivenciou o poder de uma pandemia, que afetou todos os países e povos e deixou marcas indeléveis. No que se refere à realidade brasileira, a pandemia da Covid-19 afetou de formas diferentes os grupos sociais e raciais, escancarando, assim, a desigualdade racial e social do País. No campo da educação, os dados indicam a ampliação do abandono e evasão escolar, cujos números estão mais próximos de populações que residem em territórios marcados pela pobreza. Este artigo é um estudo de caso que tem como foco a análise do trabalho educacional desenvolvido pela UNEGRO/Caxias no Maranhão, entre os anos de 2020 e 2022. O objetivo do artigo é analisar como a Unegro/Caxias, movimento social, estruturou um planejamento de formação que perpassa assuntos relativos ao enfrentamento ao racismo e à valorização da história e da memória dos povos africanos do continente ou em diáspora, garantindo a discussão sobre a questão racial no Brasil. A pesquisa apontou que a entidade possui uma rede de contatos que incide diretamente sobre o sucesso da sua empreitada educacional.
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