Wakanda só existe em filmes
Black Panther e o racismo institucional na indústria de videogames
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.64Palavras-chave:
Black Panther, educação, racismoResumo
A representatividade negra é fundamental para a igualdade racial, mas é evidente a ausência de negros na produção cultural popular. O cinema, considerada sétima arte, é um exemplo cultural de como os negros e os valores antirracistas são minoria na indústria do entretenimento. No esforço de romper com esta lógica, é importante a produção de obras e pedagogias contra-hegemônicas. Neste texto, de cunho bibliográfico, evidencia-se a luta de classes como ponto inicial na investigação de valores particulares, como o racismo, em obras da indústria cultural. Por meio da análise da obra Black Panther (2018), reconhecida por valorizar a cultura africana e se engajar no combate ao racismo, investiga-se os valores nela defendidos, o contexto social de sua produção e os interesses dos detentores dos meios de produção, que excluíram essa obra da produção de videogames. Essa trajetória tem por finalidade refletir sobre seu valor para a educação, questionando qual educação é necessária para superar valores racistas veiculados no cotidiano e refletidos na indústria cultural. O método utilizado procura se apropriar dos avanços da análise marxista sobre as relações sociais impostas pelo capitalismo, relações que selecionam o acesso a elementos culturais e formam consciências. Como resultado, foi possível confirmar que enquanto os meios de produção se encontrarem na mão de uma minoria que detém o poder econômico, seus interesses serão imperiosos na produção de cultura industrial, consumida de forma massificada, mas a educação pode se constituir como ferramenta política na superação da lógica discriminatória, especialmente aquela que alimenta o racismo estrutural.
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