A pedagogia da caboclagem em Patativa do Assaré
caboclo em trânsito
DOI:
https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.63Palavras-chave:
caboclagem, Patativa do Assaré, decolonizaçãoResumo
O presente trabalho tem como objetivo discutir o conceito de caboclagem como proposta de articulação pedagógica, rizomática e decolonial dos processos de subjetivações coletivas que constituíram culturalmente a estigmatização do caboclo. Em contexto de supremacia branca ocidental, entende-se, portanto, que a formação inicial do caboclo se deu no objetivo de atender às demandas dos parâmetros de exploração colonial/econômica no Norte do Brasil, embora, no transcorrer dos tempos, adquira parcialmente diferentes configurações em outras regiões do país, especialmente nos sertões brasileiros. Assim, destaca-se neste trabalho a desconstrução imagética do caboclo sob o viés de operações políticas – caboclagens – do etnopoeta Patativa do Assaré, cujo discurso preferencial, autobiográfico, o evidencia como “caboclo cabra da peste” revestido pela luta antiimperialista de poderes e saberes dos “esfarrapados do mundo”. A pesquisa segue uma linha hibrida que abrange, especialmente, a relação entre etnometodologia e a cartografia; nessa perspectiva, se estabelece um diálogo bibliográfico com os substratos teóricos de Homi Bhabha, Achille Mbembe, Édouard Glissant, Félix Guattari, Frantz Fanon, Pierre Bourdieu, Aníbal Quijano, Michel Foucault, além de outros em interlocução com a etnopoética de Patativa do Assaré. Espera-se, pois, que este estudo contribua no sentido de ampliar a discussão acerca dos processos de diferenciações operados pelos movimentos pedagógicos que se efetivam como atividades culturais, sobretudo carregado pelo teor de experiências artístico-literárias das poéticas de aquisição do poder, que fazem girar a luta decolonial e antiimperialista de combate ao racismo epistêmico, e de outros modos de racismos desenvolvidos pela colonialidade do poder do saber e do ser.
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