Visão computacional como método para análise de coberturas fotográficas jornalísticas

as eleições presidenciais de 2022 nas imagens do site da Folha de S. Paulo

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo repensar abordagens metodológicas de coberturas fotográficas jornalísticas a partir da perspectiva dos métodos digitais (Rogers, 2013). Partimos, portanto, da proposta de Schneider (2015), que explicita a necessidade de repensar o fotojornalismo através da valorização narrativa e da pluralidade de imagens que o fotojornalismo contemporâneo suscita. Isso porque, de acordo com Junior (2014), este gênero fotográfico vem passando por uma crise que afeta de modo direto o modo de fazer fotografia jornalística na contemporaneidade: com redações cada vez mais esvaziadas, repórteres de texto veem-se obrigados a fotografar e repórteres fotográficos, a dar conta de uma demanda por vídeo de novas formas de consumo de notícias; o jornalismo perde, ao ser incorporado à lógica de plataformas, o controle sobre sua distribuição, monetização e curadoria, já que essas passam a obedecer à lógica dos algoritmos (Van Dijck et al., 2018) e a um consumo cada vez mais incidental de seu conteúdo, pois agora notícias competem pela atenção do público com os mais diversos tipos de publicação (Mitchelstein et al., 2016).