Insurgência quilombola e seus desdobramentos: educação integral e luta contra hegemônica
Résumé
QUILOMBOLA INSURGENCY AND ITS CONSEQUENCES:
Comprehensive education and the fight against hegemony
LA INSURGENCIA QUILOMBOLA Y SUS DESARROLLOS:
La educación integral y la lucha contra la hegemónica
Resumo
Este artigo tem por objetivo realizar levantamentos sobre a Educação Quilombola no Brasil, a partir de pesquisas e revisão sistemática da literatura. Conceitualizamos os quilombos contemporâneos como comunidades negras rurais habitadas por descendentes de africanos escravizados que mantêm parentesco e laços afetivos vivendo, consideravelmente, de tecnologias agrícolas e culturas de subsistência, em terra doada, comprada ou ocupada secularmente pelo grupo, que conserva e ressignifica signos das tradições culturais de seus antepassados, recriando-as para o presente. Apresentaremos conceitos básicos da educação quilombola e um currículo escolar que sirva para fortalecer e desenvolver posturas críticas a partir das vozes e para as vozes do próprio grupo quilombola; a presença da territorialidade; o entrelaçamento dos conteúdos escolares com os saberes históricos e cotidianos que tecem a vida na Comunidade Quilombola; as políticas públicas, refletindo sobre o pensamento decolonial latino-americano, fundamentado em autores como Walsh, além de reflexões sobre a perspectiva sociológica apresentada por Santos.
Palavras-chave: Educação Quilombola, política afirmativa, currículo escolar, tradição.
Abstract
This article has the general objective of conducting surveys on Quilombola Education in Brazil, based on research and literature systematic review. We conceptualize contemporary quilombos as rural black communities inhabited by descendants of enslaved Africans who maintain kinship and affective ties, living considerably on agricultural technologies and subsistence cultures, in land donated, occupied secularly by the group, which conserves and resignifies signs of traditions cultural aspects of their ancestors, recreating them for present.We will present basic concepts of quilombola education and a school curriculum that serves to strengthen and develop critical attitudes from the voices and the voices of the quilombola group itself; the presence of territoriality; the intertwining of school content with the historical and daily knowledge that weave life in the Quilombola Community; public policies, reflecting on Latin American decolonial thinking, based on authors such Walsh, addition to reflections on the sociological perspective by Boaventura de Sousa Santos.
Key words: Earth. Quilombola Education, affirmative policy, school curriculum, tradition.
Resumen
Este artículo tiene el objetivo de realizar encuestas sobre la educación quilombola en Brasil, basadas en la investigación y revisión sistemática de la literatura. Conceptualizamos los quilombos contemporáneos como comunidades negras rurales habitadas por descendientes de africanos esclavizados que mantienen el parentesco y lazos afectivos, viviendo considerablemente de tecnologías agrícolas y culturas de subsistencia, en tierras donadas, compradas u ocupadas secularmente por el grupo, que conserva y resignifica signos de tradiciones, culturales de antepasados, recreándolos para el presente.También presentaremos conceptos básicos de educación quilombola y un currículo escolar que sirva para fortalecer y desarrollar actitudes críticas desde las voces y las voces del propio grupo quilombola; la presencia de territorialidad; el entrelazamiento de los contenidos escolares con los saberes históricos y cotidianos que tejen vida en Comunidad Quilombola; políticas públicas, reflexionando sobre pensamiento decolonial latinoamericano, basado en autores como Walsh, reflexiones sobre la perspectiva sociológica presentadas por Boaventura de Sousa Santos.
Palabras clave: tierra, educación quilombola, política afirmativa, currículo escolar y tradición.
Téléchargements
Références
ARRUTI, João Maurício Mocambo. Antropologia e história do processo de formação quilombola. Bauru: EDUSC, 2006, 214p.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em 16 junho de 2020.
BRASIL. CNE/CP Resolução 1/2004 institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Diário Oficial da União, Brasília, 22 de junho de 2004, Seção 1, p. 11.
BRASIL. Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Brasília: MEC, SECADI, 2013.
BRASIL. Programa Brasil Quilombola. Brasília: Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), 2005, p.48.
BRASIL. Saúde da população negra no Brasil: contribuições para a promoção da equidade / Ministério da Saúde, Funasa. Brasília: Funasa, 2005, 446 p.: il.
BRASIL. Resolução N° 8, de 20 de novembro de 2012. Brasília: CNE/CEB, 2012. Disponível em: http://www.seppir.gov.br/arquivos-pdf/diretrizes-curriculares. Acesso em: 24 de Junho de 2020.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacional - 1ª a 4ª séries, v. 8. Brasília, 1998.
BRASIL. Artigo 26 da Lei de Diretrizes Bases da Educação Nacional (LDB), que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira na Educação Básica.
BRASIL. Resolução CNE n. 01/2004, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, 2007.
BRASIL. Decreto n. 4.887/2003. Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras.
DOVE, Nah. Duafe: Mães Afrikanas Portadoras da Cultura Desenvolvedoras da Mudança Social. São Paulo: Medu neter livros, 2020, 232p.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à Prática Educativa. 10ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011, p.262.
GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v.12, n.1, p. 98-109, jan-abr. 2020, 215p.
______. Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte. Autêntica, 2008, 243p.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo, Centauro: 2006.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2017. IBGE, Rio de Janeiro, 27 abr. 2017. Disponível em: Acesso em: 30 jul. 2020.
MEHY, J. C. B. Os novos rumos da história oral: o caso brasileiro. Revista de História, São Paulo: Departamento de História da USP, v. 2, n. 155, p. 191-203, 2006.
MUNANGA. Kabengele. Negritude usos e sentidos. São Paulo: Ática, 1986, 241p.
Ministério da Educação – Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais. Brasília, 2006.
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Orgs). Epistemologia do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. 638p.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade-uma introdução às teorias do currículo. 2. Ed. Autêntica, Belo Horizonte, 2007, 243p.
WALSH, Catherine. Interculturalidade crítica e pedagogia decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In. CANDAU, Vera Maria (Org.). Educação intercultural na América Latina entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009. p. 12-43.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Direitos autorais Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-BrasileirosEste obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.