DISCURSO DA MESTIÇAGEM COMO POLÍTICA COLONIAL PORTUGUESA
A intelectualidade cabo-verdiana e a importação da narrativa brasileira da miscigenação (1936-1955)
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n13.2022.31Parole chiave:
Cabo Verde, Claridade, Mestiçagem, DiscursoAbstract
O artigo analisa o discurso dos intelectuais cabo-verdianos da Claridade. Estes agentes históricos, situados no contexto de colonialismo lusitano, tinham como objetivo representar Cabo Verde como a colônia modelo no império Português. Devido a isso recorreram as narrativas de Gilberto Freyre a respeito da mestiçagem racial presente no Brasil para reforçar o discurso colonial de que a sociedade local era crioula. Partindo da teoria de Foucault, podemos analisar as práticas discursivas e entendê-las como sistemas de representação. Além disso, o artigo não ignora as especificidades do colonialismo luso, pois busca para o debate as diferentes abordagens imperialistas comuns ao século XX, sendo elas a francesa, inglesa e portuguesa. Esta última, preocupada na perpetuação da dominação sobre África, abraçou o discurso da mestiçagem como política imperial.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ANJOS, Gomes C. José. Intelectuais, literatura e poder em Cabo Verde. Porto Alegre: Edito-ra UFRGS, 2006.
ALMADA, Hopffer David. Caboverdianidade & tropicalismo. Recife: Editora Massangana, 1992.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Paz&Terra, 2021.
______. A verdade e as formas jurídicas. Rio Janeiro: Nau, 2013.
FREYRE, Gilberto. O mundo que o português criou. São Paulo: É Realizações, 2010.
HALL, Stuart. Cultural e representação. Rio de Janeiro: Ed. Puc Rio, 2016.
HERNANDEZ, Leite Leila. Os filhos da terra do sol: a formação do Estado-Nação em Cabo Verde. São Paulo: Summus, 2002.
______. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2008.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional vs iden-tidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2020.
NETO, Sérgio. Colónia mártir, colónia modelo: Cabo Verde no pensamento ultramarino português (1925-1965). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2009.
SILVA, V Kalina; SILVA, H. Maciel. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2018.
SANTOS, Sousa de Boaventura. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2010.
VILLEN, Patrícia. Amílcar Cabral e a crítica ao colonialismo. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
YOUNG, J. C. Robert. Desejo Colonial: hibridismo em teoria, cultura e raça. São Paulo: Perspectiva, 2005.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale 4.0 Internazionale.
Direitos autorais Kwanissa: Revista de Estudos Africanos e Afro-BrasileirosEste obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.