As Filhas de Maria: agentes da história transnacional no século XIX

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DOI:

https://doi.org/10.18764/1983-2850v18n53e26836

Palavras-chave:

Filhas de Maria, Medalha Milagrosa, história transnacional

Resumo

Partindo de breves reflexões sobre as abordagens conectadas e transnacionais na historiografia contemporânea e sua pertinência para o estudo dos movimentos de instituições religiosas no espaço e no tempo, sobretudo desde o século XVI, esse artigo trata do culto à Nossa Senhora das Graças, à Medalha Milagrosa e sua relação com as Filhas de Maria, consideradas como as melhores educandas das irmãs Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo no século XIX. Maria teria aparecido por três vezes para a noviça francesa Catarina Labouré a partir de 1830 e apresentado o modelo da Medalha Milagrosa, que deveria ser distribuída entre as suas “filhas” de todas as nações.  Assim surgiram as Filhas de Maria, consideradas como aquelas mais capazes de multiplicar o discurso católico e expandi-lo universalmente nas instituições educativas femininas. A medalha seria a exteriorização material dos valores, concepções, papéis e funções que seriam seguidos pelas escolhidas. Pretendemos analisar o movimento transnacional das Filhas de Maria a partir das festividades do culto da Medalha Milagrosa, instituída em 1894.

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Biografia do Autor

Ana Cristina Pereira Lage, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Professora associada do curso de Historia da Faculdade Interdisciplinar em Humanidades da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). Professora do Mestrado Profissional Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFVJM). Professora do Programa de Pós Graduação em Educação da UFMG (linha História da Educação). Pós doutorado em Educação (UEM). Doutorado em Educação (UFMG).

Thais Nívia de Lima e Fonseca, Universidade Federal de Minas Gerais

Professora Titular aposentada de História da Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (linha História da Educação) da mesma instituição. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (2001), pós-doutorado na Universidade Federal Fluminense e na Universidade de Lisboa (2006-2007), e pós-doutorado na Universidade de São Paulo (2012-2013).

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Publicado

2025-08-27

Como Citar

LAGE, Ana Cristina Pereira; FONSECA, Thais Nívia de Lima e.
As Filhas de Maria: agentes da história transnacional no século XIX
. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 18, n. 53, p. 1–17, 27 Ago 2025 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26836. Acesso em: 4 nov 2025.