A África como centro intelectual do Cristianismo na Antiguidade Tardia: o Egito do séc. IV

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DOI:

https://doi.org/10.18764/1983-2850v18n52e26057

Palavras-chave:

Egito, cristianismo antigo, monasticismo

Resumo

O Egito antigo é geralmente conhecido por conta do período faraônico, mas o que poucos sabem é que, ainda na Antiguidade, esse país situado na África foi o centro intelectual do cristianismo. Durante o séc. IV, o Egito foi palco de algumas das mais importantes controvérsias religiosas e de discussões que moldaram dogmas importantíssimos para o cristianismo, como o da divindade de Jesus, além de ter sido o local de atuação de Atanásio, um dos mais significativos teólogos dos primeiros séculos. Além disso, o Egito testemunhou o nascimento e desenvolvimento do monasticismo, uma realidade fundamental para o cristianismo medieval e que, mais tarde, a partir de Bento de Núrsia, serviu como modelador do Ocidente. Foi a partir, portanto, do Egito, na África, que algumas das mais importantes realidades do cristianismo e do Ocidente nasceram e se consolidaram. Esse artigo demonstra como o Egito foi o centro intelectual do cristianismo no séc. IV, com suas discussões teológicas de vanguarda e o surgimento do monasticismo.

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Biografia do Autor

Julio Cesar Dias Chaves, Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília

Doutor em Ciências das Religiões (Université Laval, 2018). Professor de História da Igreja e Grego do Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília - Faculdade de Teologia da Arquidiocese de Brasília.

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Publicado

2025-05-01

Como Citar

CHAVES, Julio Cesar Dias.
A África como centro intelectual do Cristianismo na Antiguidade Tardia: o Egito do séc. IV
. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 18, n. 52, p. 1–15, 1 Mai 2025 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/26057. Acesso em: 16 ago 2025.