Escolas do/no campo no contexto da pandemia e pós-pandemia de Covid-19 no estado do Paraná

Resumo

Este trabalho objetiva caracterizar a educação em escolas do/no campo durante a pandemia de Covid-19 no Paraná, mediante estudo documental. Toma como referências dois relatórios de pesquisas: um deles, produzido pela Articulação Paranaense Por Uma Educação do Campo (APECPR) e publicado pela Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar, 2022); e o outro, produzido pelo Núcleo de Pesquisa em Educação do Campo, Movimentos Sociais e Práticas Pedagógicas (Nupecamp, 2020). Essas pesquisas investigaram as 10 regiões geográficas do estado e apontaram as desigualdades, contradições e os desafios da prática pedagógica e das políticas educacionais. São constituídas por relatos orais de professores sobre a prática pedagógica e por análises de documentos estaduais elaborados durante a pandemia. A análise do conteúdo documental foi ancorada nas categorias do método materialista histórico-dialético: totalidade, mediação e contradição. A conclusão é de que a educação nas escolas do/no campo, durante a pandemia, enfrentou desafios de natureza pedagógica, política, social e infraestrutural, e revelou processos desiguais que marcam a educação brasileira. Após a pandemia, tem havido a consolidação da plataformização do ensino, a precarização e a sobrecarga do trabalho do professor, além da fragilização da prática pedagógica. Em perspectiva histórica, reproduz-se a lógica da Educação Rural e a denomina de Educação do Campo no discurso político governamental. As escolas do/no campo estão em movimento na construção da sua identidade político-pedagógica e o esforço tem partido das comunidades e dos profissionais da educação que compreendem o sentido político-pedagógico da concepção da Educação do Campo.