Saberes e Culturas Indígenas no Mestrado em Letras da UEMASUL: as práticas docentes e a aplicabilidade das leis 10.639/2003 e 11.645/2008
DOI:
https://doi.org/10.18764/2178-2229v32n3e25841Palavras-chave:
lei 11.645/2008, lei 11.639/2003, saberes e culturas indígenas, práticas docentes, mestrado em LetrasResumo
O presente trabalho refere-se a um estudo sobre como o mestrado em Letras, da UEMASUL, atende às Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, por meio do trabalho com saberes e culturas indígenas. Para tanto, realizou-se uma pesquisa documental com abordagem qualitativa. Assim, o objetivo deste estudo é analisar quais ações são realizadas para o letramento étnico-racial neste curso de pós-graduação. Ressalta-se que após buscar respostas para a questão norteadora, identificou-se que atemática indígena é trabalhada no curso nas disciplinas e nas pesquisas desenvolvidas pelos alunos, nas perspectivas linguística e literária, no entanto, com maior ênfase em duas disciplinas: Memória e regionalidade e Oralidade, Escrita e Identidades Culturais Indígenas, assim delimitamos o foco deste trabalho para ambas. E a discussão dos dados foi fundamentada, em particular, nos trabalhos sobre literaturas indígenas na perspectiva de Graúna (2013) e Thiél (2016) e letramento literário de Street (2014). Os resultados indicam que este curso tem contribuído para o letramento para a diversidade étnica, trabalhando com obras com elementos de identidades e saberes indígenas, o que aponta para a relevância deste estudo, tendo em vista que a leitura e estudo das literaturas indígenas podem contribuir para a valorização da diversidade cultural e a descolonização do conhecimento, sendo uma ferramenta pedagógica importante para a formação de leitores críticos e engajados.
Downloads
Referências
ANTUNES, Benedito. O lugar da literatura nos cursos de licenciatura. In: Dossiê – Literatura e Ensino: caminhos recentes entre crítica, teoria, literatura e leitores. Revista ENTRELETRAS (Araguaína), v. 10, n. 2, jul/dez 2019. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/entreletras/issue/view/360. Acesso: 08 fev. 2025.
BORGES, Valdeci Rezende. História e Literatura: Algumas Considerações. Goiás: Revista de Teoria da História, Ano 1, n. 3, junho/ 2010.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em:https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 12 fev. 2025.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm#:~:text=de%209.1.2003)-,Art.,cultura%20afro%2Dbrasileira%20e%20ind%C3%ADgena. Acesso em 20 jan. 2021.
BRASIL. Lei 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília – DF, 11 mar 2008. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007_2010/2008/lei/11645.htm. Acesso: 15 fev. 2025.
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: Estudos de teoria e história literária. São Paulo: T.A. Queiroz, 1995.
CHALHOUB, Sidney; PEREIRA, Leonardo Affonso de M. Apresentação. In: CHALHOUB, Sidney; PEREIRA, Leonardo Affonso de M. (org.) A história contada: capítulos de História social da Literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. p. 7-13.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: Leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Trad. Mary Del Priore. Brasília: Editora da UnB, 1994.
CHIZZOTTI, Antônio. Pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais. Petrópolis, Vozes, 2006.
COSSON, Rildo. Paradigmas do ensino da literatura. São Paulo: Contexto, 2020.
COSTA, Walquiria Lima da. A ESCOLA TAMBÉM É UM ESPAÇO DE MEMÓRIA E ANCESTRALIDADE: uma proposta de letramento literário para a diversidade étnica por meio das Literaturas Indígenas. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras. Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão: Imperatriz, 2022.
GRAÚNA, Graça. Contrapontos da Literatura Indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013.
HAKIY, Tiago. Literatura indígena: a voz da ancestralidade. In: Literatura Indígena Brasileira Contemporânea: criação, crítica e recepção. Julie Dorrico, Leno Francisco Danner, Heloisa Helena Siqueira Correia e Fernando Danner (Orgs.). Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2018.
HEERDT, Mauri L. Pesquisa científica: conceitos e tipos. In: Metodologia científica e da pesquisa: livro didático. 5. ed.rev. e atual. Palhoça: UnisulVirtual, 2007. Disponível em: http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/cristala/materiais/Unidade3aPesquisaCientifica.pdf. Acesso: 10 ago. 2024. (p. 57 – 84).
KAMBEBA, Márcia. O povo kambeba e a gota d'água. Brasília: Edebê Brasil, 2022.
LEMAIRE, Ria. Pelas margens. Outros caminhos da história e da literatura. Campinas: Ed. Unicamp/Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2000.
LIBÂNEO, José C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 26. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.
LUCIANO, Rosenilda Rodrigues de Freitas. Ação saberes indígenas na escola: alfabetização e letramento com conhecimentos indígenas? Amazonas: Universidade Federal do Amazonas, 2019.
MAGNO, D. Relato crítico: a escola e a educação para (e com) a diversidade étnica. In: PIMENTA, Angelise Nadal (org.). Firmando o pé no território: temática indígena na escola. Rio de Janeiro: Pachamama, 2020.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Abrasco, 2000.
MUNDURUKU, Daniel. Mundurukando 1: Sobre saberes e utopias. 2. ed. Lorena: UK’A, 2020.
MUNDURUKU, Daniel. Escrita indígena: registro, oralidade e literatura – o reencontro da memória. In: DORRICO, Julie; DANNER, Leno Francisco; CORREIA, Heloisa Helena Siqueira; DANNER, Fernando (Orgs.). Literatura indígena brasileira contemporânea: criação, crítica e recepção [recurso eletrônico]. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2018, p. 81-84.
MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.
NUNES, Maria Lúcia da Silva; FIALHO, Lia Machado Fiuza; MACHADO, Charliton José dos Santos. Reflexões em torno da relação entre História e Literatura. Quaestio, Sorocaba, SP, v. 18, n. 3, p. 793-805, 2016.
PACHAMAMA, Aline Rochedo. Taynôh: o menino que tinha cem anos. 3. ed. Rio de Janeiro: Pachamama, 2019.
PALADINO, Mariana; RUSSO, Kelly. A lei n. 11.645 e a visão dos professores do Rio
de Janeiro sobre a temática indígena na escola. Revista Brasileira de Educação, n.
, v. 21, p. 897-921, out./dez. 2016.
PERES, Julie Dorrico. A leitura da Literatura Indígena: para uma cartografia contemporânea. Revista Igarapé, Porto Velho (RO), v.5, n.2, p. 107-137, 2018.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & literatura: uma velha-nova história. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Debates, 2006, [En línea], Puesto en línea el 28 janvier 2006. Disponível em: https://nuevomundo.revues.org/index1560.html . Acesso em 12/02/2025.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
PIMENTA, Selma G. (Org.). Didática e formação de professores: percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
RIBEIRO, Luis Filipe. Geometrias do Imaginário. Santiago de Compostela: Edicións Laiovento, 2000.
ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p. 95–121.
SANTOS, Paulo Frontin Pio dos. O letramento literário: um estudo de caso com intervenção pedagógica na Escola Luís Gualberto Pimentel em Dom Eliseu-PA. Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Campus Universitário de Marabá, Instituto de Linguística, Letras e Artes, Mestrado Profissional em Letras (PROFLETRAS), Marabá, 2016.
SPINK, Mary J.; LIMA, H. Rigor e visibilidade: a explicação dos passos da interpretação. In: SPINK, M. J. (org.). Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano. São Paulo: Cortez, 2000.
STREET, Brian. Letramentos sociais: críticas do letramento no desenvolvimento, na etnografia e na educação. Trad. Marcos Bagno. 1. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.
THIÉL, Janice Cristine. A literatura infanto-juvenil indígena brasileira e a promoção do letramento multicultural. Literartes, n. 5, 2016. p. 88 – 99.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Cadernos de Pesquisa está licenciada com a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.














