A representação feminina sagrada nas imagens rituais afrodiaspóricas a partir de Luedji Luna
DOI:
https://doi.org/10.18764/2176-5111v17n30.2022.13Palavras-chave:
Representação, videoclipe, religiosidade, ancestralidade, Luedji LunaResumo
O artigo investiga elementos simbólicos de ancestralidade e os ritos do Candomblé no videoclipe Banho de Folhas (2017) da cantora negra baiana Luedji Luna. Promove uma análise estética em torno das narrativas visuais e estratégias de contestação das representações das orixás femininas – ialodê – no videoclipe Banho de Folhas (2017). Recorre aos conceitos de imagens de controle e transcodificações de imagens racializadas, enquanto método, para refletir a presença simbólica de entidades afro-religiosas femininas na produção musical e audiovisual brasileira. Indica que, neste trabalho, Luedji Luna busca um reposicionamento interseccional interpelado pelos marcadores de raça, gênero e classe atravessado pela inscrição por um sistema de significação ancestral em que o corpo memória se configura como um receptáculo de busca e aproximação espiritual.
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