NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS DE DOCENTES LGBTIA+:

currículos e trajetórias educativas em gêneros e sexualidades

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18764/2675-0805v5n9.2023.12

Palabras clave:

Docentes LGBTIA , Currículos, Narrativas (auto)biográficas, Gêneros e sexualidades

Resumen

O presente trabalho tem como objetivo problematizar as narrativas (auto)biográficas de docentes LGBTIA+ sobre suas trajetórias educativas enquanto estudantes no contexto das questões de gênero e sexualidade. Essas narrativas são dispositivos potentes, que permitem o conhecimento, a partilha e a problematização de histórias de vida. Sendo assim, elas possibilitam conhecer as trajetórias educativas de pessoas LGBTIA+, permeadas por experiências marcadas por enfrentamentos, resistências e submissões relacionados às questões de gênero e sexualidade. Nesse sentido, os currículos desempenham um papel significativo na normatização e na transgressão de normativas binárias. Os/as docentes LGBTIA+ desta pesquisa atuam na rede pública municipal de Imperatriz/MA. A metodologia baseia-se nos estudos (auto)biográficos por meio da produção de narrativas por meio de entrevistas/ conversas, analisadas em diálogo com os estudos queerdecoloniais. A partir das narrativas dos/as docentes, percebe-se que as experiências vivenciadas ao longo de suas trajetórias enquanto estudantes apontam para processos de exclusão e de não reconhecimento de si nos currículos, nos quais, em certos momentos, as normatizações são impostas de forma compulsória. Somente no Ensino Superior o currículo ganha um novo status e se torna um espaço fértil para a transgressão e compreensão de si para esses/as docentes ao se verem reconhecidos, com assuntos sobre tais temáticas sendo abordados, o que não ocorreu nos currículos da Educação Básica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

John Jamerson da Silva Brito, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE na Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2023 - presente). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Formação Docente em Práticas Educativas - PPGFOPRED (2023) e Graduado em Pedagogia (2020) ambos pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Pós-Graduando em Práticas Pedagógicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo - IFES (2024 - presente). Especialista em Docência na Educação Básica - EDUBas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia - IFRO (2023). Professor dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental na Prefeitura Municipal de Davinópolis/MA (2020 - presente). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade - Gesed/UFJF (2023 - presente). Membro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd (2022 - presente) e da Associação Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica - BIOGraph (2024 - presente). Atualmente pesquiso sobre: Gêneros e Sexualidades, Currículos, Estudos Queerdecoloniais, Pesquisas Narrativas e (Auto)Biográficas.

Witembergue Gomes Zaparoli, Universidade Federal do Maranhão

Doutor em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino de Línguas e de Literaturas, Universidade Federal do Tocantins - UFT/ARAGUAÍNA, na linha de pesquisa: Linguagem, educação e diversidade cultural. Mestre em Educação pela Universidade Estadual do Pará - UEPA (2010), na linha de pesquisa: Saberes Culturais e Imaginários da Amazônia. Especialista em Didática Universitária (2004) e Ciências Sociais (2005). Possui graduação em História pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (2003). Graduação em Pedagogia pela Universidade de Uberaba - UNIUBE (2015). Docente da Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências de Imperatriz - CCIm/UFMA, no Curso de Pedagogia e no Programa de Pós-graduação em Educação com área de concentração em Formação Docente em Práticas Educativas - PPGFOPRED. Líder do Grupo de Pesquisa em Diálogos Interculturais e Práticas Educativas - DIPE.

Citas

AKOTIRENE. Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Polém, 2019.

APPLE, M. Ideologia e Currículo. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BRITO, John Jamerson da Silva. NOSSA PRESENÇA INCOMODA!? A (re)produção dos currículos na formaçãoexperiência de sujeitos docentes LGBTIA+. Coorientador: Paulo de Tássio Borges da Silva. Orientador: Witembergue Gomes Zaparoli. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação em Formação Docente em Práticas Educativas – CCI: Universidade Federal do Maranhão, 2023.

BENTO, Berenice. Na Escola se Aprende que a Diferença Faz a Diferença. Estudos Feministas. Florianópolis, maio-agosto/2011.

BRANDÃO, V. M. A. T. Memória (auto) biográfica como prática de formação. Revista @mbienteeducação, São Paulo, v. 1, n. 1, 2018. Disponível em: https://publicacoes.unicid.edu.br/ambienteeducacao/ article/view/572. Acesso em: 12 abr. 2024.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 21º ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2021.

DOMINICÉ, Pierre. O processo de formação e alguns de seus componentes relacionais. In: NÓVOA, António; FINGER, Matthias (Org.). O método (auto)biográfico e a formação. Natal: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010. p. 81-96.

FERRAROTTI, Franco. História e histórias de vida: O método biográfico nas ciências sociais, Natal: EDUFRN 2014.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1979.

LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Tradução Cristina Antunes e João Geraldi. 1 ed. 5 reimp. Belo Horizonte, Autêntica, 2021.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 3. ed. Autêntica Editora, Belo Horizonte, 2018.

LUGONES, María. “Colonialidad y género”. Tabula Rasa, Bogotá, Colombia, n. 9, p. 73-101, jul./dic. 2008.

LUGONES, María. “Rumo a um feminismo descolonial”. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935-952, set./dez., 2014.

MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Cadernos da Diversidade nº 6, 3 ed. Belo Horizonte, Autêntica Editora, UFOP– Universidade Federal de Ouro Preto, 2017.

MOTTA, Thais da Costa; BRAGANÇA, Inês Ferreira de Souza. Pesquisaformação: uma opção teoricometodológica de abordagem narrativa (auto)biográfica. Artes de dizerfazerdizer os saberes da experiência. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, v. 4, n. 12, p. 1034 1049, 26 dez. 2019.

MOURA, Jónata Ferreira de. Narrativas de vida de professores da educação infantil na constituição da formação docente: as marcas e as ausências da matemática escolar. 2015. 177f. Dissertação (Mestrado em Educação)–Universidade São Francisco, Itatiba, 2015.

NATIVIDADE, Marcelo Tavares. Homofobia religiosa e direitos LGBT: Notas de pesquisa. Latitude, [S. l.], v. 7, n. 1, 2013. DOI: 10.28998/lte.2013.n.1.1063. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/1063. Acesso em: 20 jun. 2023.

OLIVEIRA, Ana Carolina Gondim de Albuquerque. Corpos estranhos? Reflexões sobre a interface entre a intersexualidade e os direitos humanos. 2012. 138 f. Dissertação (Mestrado em ciências Juridicas) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Currículo e relações de gênero: entre o que se ensina e o que se pode aprender. Revista Linhas. Florianópolis, v. 17, n. 33, p. 206-237, jan./abr. 2016.

PARAÍSO, Marlucy Alves. Um currículo entre formas e forças. Revista Educação. Porto Alegre, v. 38, n. 1, p. 49-58, jan.-abr. 2015.

PEREIRA, Pedro Paulo Gomes. Queer decolonial: quando as teorias viajam. Contemporânea – Revista de Sociologia da Ufscar. v. 5, n. 2, p. 411-437, 2015.

PINEAU, Gaston. As histórias de vida em formação: gênese de uma corrente de pesquisa-ação-formação existencial. Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, p. 329–343, maio 2006. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022006000200009. Acesso em 15 ago. 2022.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SOUSA SANTOS, Boaventura de; MENESES, Maria Paula. (Orgs.) Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, p. 72 – 117, 2010.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. IN: CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires. 2005. p. 117-142.

SACRISTÁN, José Gimeno. O Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3º ed. Porto Alegre, Penso, 2017. 352p.

SILVA, João Paulo de Lorena. Infâncias queer nos entre-lugares de um currículo: a invenção de modos de vida transviados. 2018. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-B5THZ5/1/disserta__o_de_mestrado_joao_paulo_de_lorena_silva.pdf. Acesso em: 06 abri. 2022.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3º ed. 12º reimp. Belo Horizonte, Autêntica Editora, 2020. 156p.

VINUTO, Juliana. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Temáticas, Campinas, SP, v. 22, n. 44, p. 203–220, 2014.Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/10977. Acesso em: 1 nov. 2022.

WALSH, Catherine. Pensamiento crítico y matriz (de)colonial. Reflexiones latinoamericanas. Quito: EdicionesAbya-yala, 2005.

Publicado

2024-04-24

Cómo citar

BRITO, John Jamerson da Silva; ZAPAROLI, Witembergue Gomes.
NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS DE DOCENTES LGBTIA+:: currículos e trajetórias educativas em gêneros e sexualidades
. Revista Humanidades & Educação, v. 5, n. 9, p. 12–25, 24 abr. 2024 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/humanidadeseeducacao/article/view/23216. Acesso em: 16 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos