As políticas afirmativas e seus enquadramentos na iniciação científica

performances dos egressos do PIBIC-AF

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DOI :

https://doi.org/10.18764/2358-4319v16n3.2023.61

Mots-clés :

políticas afirmativas, formação de pesquisadores, PIBIC-AF

Résumé

As desigualdades étnico-raciais na Ciência ocupam lugar de destaque nas pautas das principais agências de fomento à pesquisa. De maneira oposta, como justificativa para essa condição, ainda repercutem os discursos sobre a defasagem no desempenho de graduandos cotistas. Este trabalho buscou conhecer as políticas afirmativas voltadas para a formação inicial de pesquisadores, com ênfase na evolução dos egressos do Programa Institucional de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (PIBIC-AF) nos Campos Acadêmico e Científico. Nesta pesquisa, de cunho quantitativo, foram utilizados os dados disponíveis em três plataformas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o “Fomento Nacional”, o “Portal Memória — Histórico bolsa/ano” e a “Plataforma Lattes”. O ScriptLattes foi a ferramenta utilizada para extrair informações dos 12.890 Currículos Lattes avaliados, todos pertencentes aos egressos do PIBIC e do PIBIC-AF e oriundos da Grande Área das Ciências da Saúde. Inicialmente, foi estabelecida uma síntese dos programas contextualizando-os com a expansão do ensino superior. Também foi realizada uma análise comparativa entre os resultados obtidos pelos egressos do PIBIC-AF e aqueles observados para os egressos do PIBIC, segundo parâmetros empregados nas avaliações do CNPq e outros que se mostraram convenientes. As análises estatísticas revelaram a paridade entre os dois programas na maioria dos quesitos avaliados, porém evidencia uma discrepância quanto à ocupação das posições de poder. Como forma de aperfeiçoamento do PIBIC-AF, destaca-se a elaboração de políticas públicas e institucionais que contribuam para a ampliação das vagas; para a promoção do acesso aos Programas de Iniciação Científica; e para garantia da ocupação das posições de destaque na Ciência e na Academia por negros, indígenas e quilombolas.

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Luciana Rodrigues Lessa, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Severino Sombra. Doutoranda em Educação em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integrante do Grupo de Estudos sobre Desigualdade na Educação e na Saúde (GEDES).

Tamiris Pereira Rizzo, Universidade Federal de São Paulo

Doutora em Educação em Ciências e Saúde pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).  Professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo. É integrante do Grupo de Estudos sobre Desigualdades na Educação e na Saúde (GEDES) e do Núcleo de Estudos de Gênero e Relações Étnico-Raciais na Educação Audiovisual em Ciências e Saúde (NEGRECS).

Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado pela Universidade de Barcelona. Professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Diretor de Políticas e Programas de Educação Superior da SESu/MEC. Coordenador do Grupo de Estudos sobre Desigualdades na Educação e na Saúde (GEDES).

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Publié-e

2023-11-20

Comment citer

LESSA, Luciana Rodrigues; RIZZO, Tamiris Pereira; FONSECA, Alexandre Brasil Carvalho da.
As políticas afirmativas e seus enquadramentos na iniciação científica: performances dos egressos do PIBIC-AF
. Revista Educação e Emancipação, v. 16, n. 3, p. 638–663, 20 nov. 2023 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/21549. Acesso em: 26 déc. 2025.