Representatividade Importa: uma discussão com estudantes do ensino médio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v17n3.2024.58

Palavras-chave:

educação étnico-racial, mulheres na política, sociologia

Resumo

A sub-representatividade de mulheres negras e indígenas na política institucional é um problema histórico na sociedade brasileira. Não é preciso fazer muito esforço para perceber que esses espaços são compostos, em sua ampla maioria, por homens, brancos, mais velhos e de classe média alta. Isto posto, ao expor esse assunto em sala de aula, com estudantes do ensino médio de uma escola pública da rede estadual da Bahia, houve uma identificação das mesmas pela temática, ocasionada também, pelo cenário político das eleições municipais de 2020. Esse interesse, por sua vez, ocasionou na realização de uma pesquisa em parceria com as estudantes sobre o tema em questão. Portanto, o objetivo deste trabalho é analisar a representatividade de mulheres negras na política institucional brasileira com estudantes do ensino médio. Ao todo, seis estudantes do terceiro ano do ensino médio realizaram a pesquisa. A seleção se deu de forma voluntária e os encontros aconteceram no final de 2021 e início de 2022. Para atingir os objetivos, foi analisado o percurso da pesquisa desenvolvida pelas estudantes a partir dos dados levantados e do caderno de campo das mesmas. Dessa forma, os procedimentos teóricos metodológicos desta pesquisa se configuram como uma pesquisa participante. De modo geral, pode-se afirmar que a pesquisa desenvolvida com as estudantes suscitou em um aprendizado coletivo na construção do saber na temática do racismo, da discriminação, e do preconceito presente na discussão sobre representatividade de mulheres negras na política institucional, permitindo às estudantes questionarem a sua própria realidade desigual e adversa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Franciele Brito Barbosa, Universidade Estadual de Santa Cruz

Mestra em Educação pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Professora substituta no Departamento de Ciências da Educação (DCIE/UESC).

Elis Cristina Fiamengue, Universidade Estadual de Santa Cruz

Doutora em Sociologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Professora Titular no Departamento de Educação no Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Referências

ALMEIDA, Silvio. Racismo Estrutural. São Paulo: Jandaíra, 2021.

ALVES, José Eustáquio Diniz; CAVENAGHI, Suzana Marta; ALCÂNTARA, Adeilton Pedro. Participação das mulheres nas eleições de 2004: avaliação da política de cotas no Brasil. Revista Gênero, v. 7, n. 2, 2007.

ARAÚJO, Clara. Potencialidades e limites da política de cotas no Brasil. Revista Estudos Feministas, v. 9, p. 231-252, 2001.

BARBOSA, Franciele Brito; FIAMENGUE, Elis Cristina. Representatividade de mulheres negras na política: um jogo didático elaborado para as aulas de sociologia. Boletim Online de Educação Matemática, v. 11, p. 1-16, 2023.

BOLOGNESI, Bruno. A cota eleitoral de gênero: política pública ou engenharia eleitoral?. Paraná Eleitoral: Revista brasileira de direito eleitoral e ciência política, v. 1, n. 2, 2012.

CAMPOS, Luiz Augusto. O pardo como dilema político. Insight Inteligência, v. 63, p. 80- 91, 2013.

CAMPOS, Luiz Augusto; MACHADO, Carlos. Raça e eleições no Brasil. Editora Zouk, 2020.

CARNEIRO, Sueli. Negros de pele clara por Sueli Carneiro. Portal Geledés, 2004. Disponível em: https://www.geledes.org.br/negros-de-pele-clara-por-sueli-carneiro/. Acesso em: 29 jun. 2024.

DEVULSKY, Alessandra. Colorismo. 2 ed. São Paulo: Jandaíra, 2021. (Coleção Feminismos Plurais).

FRANCO, Paki Venegas; CERVERA, Julia Pérez. Manual para o uso não sexista da linguagem: o que bem se diz... bem se entende. Rede de Educação Popular entre Mulheres da América Latina REPEM, 2006.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. 8 ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2004.

LIMA, Helton Souto. O diário de campo e a memória do pesquisador. In. WHITAKER, Dulce Consuelo Andreatta. Sociologia Rural: questões metodológicas emergentes. Presidente Venceslau, São Paulo: Letras à margem, p. 143-149, 2002.

LOURENÇO, Ana Carolina; FRANCO, Anielle. A Radical imaginação política das mulheres negras brasileiras. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2021.

PEIXOTO, Vitor de Moraes; MARQUES, Larissa Martins; RIBEIRO, Leandro Molhano. Financiamento de campanhas e desempenho eleitoral das mulheres nas eleições brasileiras (1998-2020). Estudos Avançados, v. 36, p. 93-116, 2022.

RAMOS, Luciana de Oliveira et al. Cidades, raça e eleições: uma análise da representação negra no contexto brasileiro. Nota técnica n.1. São Paulo: FGV, 2021.

RIOS, Flavia; PEREIRA, Ana Claudia; RANGEL, Patrícia. Paradoxo da igualdade: gênero, raça e democracia. Ciência e Cultura, v. 69, n. 1, p. 39-44, 2017.

SILVA, Afrânio et al. Sociologia em movimento. São Paulo: Moderna, 2016.

WYLIE, Kristin; SANTOS, Pedro dos; MARCELINO, Daniel. Extreme non-viable candidates and quota maneuvering in Brazilian legislative elections. Opinião Pública, v. 25, p. 1-28, 2019.

Downloads

Publicado

2024-12-23

Como Citar

BARBOSA, Franciele Brito; FIAMENGUE, Elis Cristina.
Representatividade Importa: uma discussão com estudantes do ensino médio
. Revista Educação e Emancipação, v. 17, n. 3, p. 434–454, 23 Dez 2024 Disponível em: https://cajapio.ufma.br/index.php/reducacaoemancipacao/article/view/23919. Acesso em: 31 dez 2024.