Currículos, qualidade da educação e a “guerra contra a infância no Rio de Janeiro”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2358-4319v17n3.2024.43

Palavras-chave:

currículo, guerra, necropolíticas

Resumo

O artigo foi escrito a seis mãos, trazendo resultados de duas pesquisas, mestrado e doutorado, e desenvolve a noção de necropolíticas, hierarquizando os trabalhos sujos e o direito à vida. Caminha pela desigualdade e pelas múltiplas formas de violência até dar foco, no campo das políticas curriculares, nos processos de exclusão e controle, ambos tomados como necrocurrículos de morte e apagamento de estudantes, professores e comunidades escolares em suas histórias e existências. Conclui que, apesar das formas plurais de resistências, sendo uma delas, contar e pensar histórias, o custo da morte é uma marca indelével da nossa temporalidade e, por isso, dos currículos.

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Biografia do Autor

Maria Luiza Süssekind, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Educação (UERJ). Professora do Departamento de Didática da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Líder do Grupo de Pesquisa Conversas com Currículos nos Cotidianos das Universidadescolas (ConCU).

Lorena Azevedo do Carmo, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Doutora em Educação (UNIRIO). Membro do Grupo de Pesquisa Conversas com Currículos nos Cotidianos das Universidadescolas (ConCU).

Jeferson Maske, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Doutorando em Educação (UNIRIO). Professor das séries iniciais e orientador pedagógico da Prefeitura Municipal de Maricá. Membro do Grupo de Pesquisa Conversas com Currículos nos Cotidianos das Universidadescolas (ConCU).

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Publicado

2024-12-23

Como Citar

SÜSSEKIND, Maria Luiza; CARMO, Lorena Azevedo do; MASKE, Jeferson.
Currículos, qualidade da educação e a “guerra contra a infância no Rio de Janeiro”
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